terça-feira, 3 de maio de 2011

Ser feliz!

Parodiando o poeta: "Os chatos que me perdoem, mas bom humor é fundamental" na verdade é indispensável. Por muito tempo eu vivi mal, triste melancólica, na penumbra da vida, sem luz, sem brilho. Foram muitos anos com tempo para pensar em como eu não era feliz. Parece que por ser gorda, eu sempre acho que não devo ser feliz, e para ser bem sincera, acho que minha felicidade incomoda. Quando estou bem, aparece gente demais para me por para baixo, na verdade para me colocar abaixo de cachorro. E quando estou triste as pessoas ficam felizes, como urubus se alimentando da carniça. Percebi que ser triste engorda, acho que engolir sapo engorda.
Com o tempo entendi o óbvio. Ser feliz dá muito trabalho! Muito mais do que ser triste. Ser triste é se jogar no sofá, curtir uma música depressiva, não ter amigos, ser grossa, mal humorada... Já percebeu que tem gente que gosta de ser grossa. Sai de casa já com a intenção de pentelhar a vida das pessoas e tornar o dia de todos uma tormenta. Tem gente que tem o dom de deixar o ambiente tenso, e todos neste ambiente medindo as palavras. Entretanto ser feliz é diferente, exige boa vontade, exige que você realmente queira ser feliz. Para ser feliz é preciso relevar, superar, entender, se arrumar, sair, conversar, ligar para os amigos, a família. Resumindo, é preciso querer! Hoje eu sei: Quero ser feliz!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Farpas

Certa vez em um jantar uma pessoa me disse, falta pouco para você chegar aos 200 kg. Qual a intenção de alguém em te dizer isso? Por que o gordo é uma pessoa tão vigiada pela sociedade? A minha impressão de tudo isso é que não importa se eu fui boa filha, tento ser boa mãe, estudei em uma universidade federal, fiz mestrado, faço doutorado, sou independente, não bebo não fumo, não uso drogas,.... mas o que importa mesmo é que sou gorda. Ah isso dói! Mesmo que eu não fale nada, só de estar na presença das pessoas incomoda. Eu sempre disse que ficar em silencio e não responder alguém era a melhor resposta, mas tenho percebido que responder ou não, para um gordo sempre é problema. Depois que eu tirei o balão, percebi que mesmo para quem não tem nada com isso, ter gasto esse dinheiro e não ter terminado o processo incomoda. Todo mundo tem uma receita para dar, uma lição de vida, um cardápio, uma dieta, mas o mais importante todo mundo tem uma lição de moral.... é só fazer assim como eu faço que você vai ficar magra! Depois de muito pensar, eu acho que as pessoas sinceramente acham que ser gordo é uma opção de vida e rejeitam o gordo como se ele não tomasse banho há anos. Ser gordo é um fardo muito pesado e às vezes pergunto se estou pronta para carregar ou se nunca estarei.

Atualizando...

Fui a Uberaba na quinta-feira dia 21 de abril e coloquei o balão intragástrico. Foi um procedimento rápido. É o mesmo procedimento para uma endoscopia, sem maiores complicações. Entretanto, ao sair da sala do médico, o desconforto era alto. Sentia o balão dentro do estomago. Voltei para casa e nas primeiras três horas eu ainda estava um pouco sedada. Logo que fui tomar banho comecei a vomitar. Depois tentei hidratar com uma bebida isotônica, mas infelizmente tudo que entrava saia. Como já estava preparada, sabia que estes sintomas aconteceriam por dois ou três dias. Tentei relaxar e enfrentar o problema. Entretanto, não foram apenas dois dias, mas sim uma semana. Não tenho na minha memória a lembrança de ter me sentido tão mal em algum momento da minha vida. Não conseguia engolir nada, nem saliva. Sentir uma dor no peito tão intensa, que os sedativos do hospital não amenizavam. Durante esta semana fui ao hospital por sete vezes, para tomar analgésico, remédio para vomito e soro. Neste período só me mantive com o soro, até que no sétimo dia, a desidratação chegou a um ponto que os enfermeiros não conseguiam pegar a veia, então resolvi tirar o balão. Foi uma decisão dolorosa, porque além do investimento financeiro, há também a decepção psicológica. Chorei muito, pensei no dinheiro, na minha decepção, em todos os comentários que eu iria ouvir das línguas venenosas (e olha que não foram poucos) e fui como o gado para o abate, abaixei a cabeça e enfrentei o destino. Na quarta, 27 de Abril fui a Uberaba retirar o balão. O procedimento, assim como colocá-lo foi rápido e indolor e o alívio foi imediato. Depois que eu voltei da anestesia, o médico veio até mim e informou que passei por um processo alérgico e que tive uma rejeição ao balão. O estomago estava inflamado e nenhum alimento ou líquido chegou até o balão durante esta semana. Estou aos poucos voltando a alimentar e tomando remédio para proteger o estomago. A saga do balão chegou ao fim, mas não a mudança de hábitos.